Adel Gonzaga
Adel Gonzaga nasceu em Januária, cidade à margem esquerda do Rio São Francisco, no Norte de Minas Gerais.
Saiu aos dezesseis anos para morar em Salvador, na Bahia. Em 1981, aos 20 anos, desembarcou no Rio de Janeiro.
Anos depois graduouse em Licenciatura em Educação Artística pelas Faculdades
Integradas Bennett.
Em 1992, o artista autodidata, então formado professor de Artes, foi trabalhar na rede pública de ensino de Angra dos Reis.
Como professor, Adel Gonzaga se firmava a cada dia também como artista. Começou a participar de exposições individuais e coletivas.
Nesse longo processo de aprendizado, o artista foi experimentando novas técnicas, como a colagem e a
assemblagem, além da pintura e do desenho.
Como professor, Adel Gonzaga desenvolveu projetos artístico/pedagógicos na Educação Especial e promoveu o acesso dos alunos aos bens culturais, como museus, centros culturais, teatros e cinemas.
Adel Gonzaga se completava nas duas profissões – artista e professor – até se aposentar do magistério, em 2019.
A vida dedicada à Arte continuou no seu processo produtivo e criativo, exclusivamente como artista. A inquietação do artista em se expressar com técnicas e temas diversos o fez explorar novos horizontes estéticos.
O artista não tem um estilo no qual o define de imediato. É preciso conhecer o trabalho dele de perto e a trajetória que ele trilhou até chegar aqui.
Há mais de 30 anos dedicados à criação artística fez de Adel Gonzaga uma pessoa melhor. Sem a arte talvez para ele não haveria sentido em viver. Fez da Arte uma aliada no combate à rotina de uma vida comum. Criar coisas novas e inéditas virou então a marca do artista.
O catálogo do artista registra muitas obras interessantes, como as séries Objetos em Relevo e Arte Braille - em colagens e assemblagens com recibos de cartões de créditos e débitos e objetos sobre telas. Ou a série Folhas da Contorno em serigrafia sobre telas inspirada nas folhas caídas ao longo da Estrada do Contorno, em Angra dos Reis. Ou a série Cores e Linhas em acrílica sobre telas de pequenos formatos inspirada em paisagens de cidades brasileiras e americanas.
Em 2020 – no Ano da Pandemia – o artista ficou em casa como a
maioria da população e se dedicou a criar novos trabalhos. Fez autorretrato e retratos com máscaras em acrílica sobre tela. Pintou em acrílica sobre papel dois versos de Safo. Criou também em papel a série Rabiscos Pintados a partir de linhas aleatórias.
Começou a criar a série Árvores e Florestas dedicada à natureza, como forma de se inquietar diante das queimadas e desmatamento do meio ambiente.
Para o artista pintar árvores continuou com um exercício de respeito a tão sublime ser que abriga e alimenta vidas e purifica o ar que respiramos, além de cobrir esteticamente com linhas, formas e cores a superfície terrestre. Uma árvore só ou dezenas,
milhares delas numa floresta são tão indefesas quanto o pincel de um artista.
Floresta mágica
Árvores são geralmente relacionadas simbolicamente com o que se chama de “axis mundi” (“centro do mundo”, em latim). Trata-se de uma manifestação arquetípica, que perpassa várias culturas, representando um local que possibilita o encontro entre as forças desconhecidas do interior da terra, as que enxergamos no cotidiano e as que ascendem rumo ao divino, seja como prece, energia ou como cada um deseje chamar. A poética desenvolvida por Adel Gonzaga a partir das árvores aponta para esse caminho de se ter uma visão e compreensão da natureza que está além das aparências. Essa é uma das magias da lírica visual. Por meio da sensibilidade e da pesquisa, cada composição do artista deixa de ser um ser da natureza para ganhar a esfera de um ícone daquilo que nos torna mais humanos, ou seja, a nossa capacidade de rir e de chorar, de sentir como a arte pode nos tornar pessoas melhores.
Oscar D’Ambrosio
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